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terça-feira, 14 de maio de 2013

Noites cariocas - resenha crítica


Esta resenha crítica que compartilho com vocês foi inscrita no concurso da Biblioteca do Professor, da Secretaria Municipal de Educação. Não fui selecionada, mas gostei muito do resultado. Então, aqui está ela postada no meu blog, reino onde sou soberana!  

       “Noites Cariocas” é, ao mesmo tempo, um livro autobiográfico, onde o autor fala de seus amores, sucessos e fracassos e um registro histórico ricamente detalhado sobre a música brasileira do fim dos anos 50 ao início dos anos 90, escrito por quem viveu intensamente este período. Logo no começo, devo deixar bem claro: ai, que inveja do Nelson Motta! Que vontade de ter tido, como ele, uma relação tão estreita com fatos e personalidades que só posso conhecer através de livros, revistas, TV e sites de busca...       
       Nelson Motta inicia o livro confessando o impensável: “Eu não gostava de música”. Aos 13 anos, não gostava das músicas que ouvia no rádio, melodramáticos boleros e sambas-canções que nada diziam para aquele garoto de classe média de Copacabana. Porém, em 1958 ouviu “Chega de saudade”, de João Gilberto. João Gilberto era o representante maior da Bossa Nova, um ritmo diferente de tudo que já havia sido tocado, intimista, moderno e que traduzia o Rio de Janeiro que era tão familiar a Nelson Motta. A partir daí, o jovem Nelson decide que a música entraria em sua vida e lá permaneceria, para sempre. Percorreu longo caminho, das frustrantes aulas de violão até a trajetória de sucesso como jornalista, produtor, compositor, diretor artístico, crítico musical, entre outras funções.
       Credito boa parte do sucesso do livro à relação que o autor estabelece entre o momento histórico e político e o panorama musical. Faz muito sentido, por exemplo, quando Nelson Motta (ou Nelsomotta, como dizia Tim Maia) fala dos festivais dos anos 60, verdadeiras arenas de amor e ódio, onde quem não cantava o que a platéia queria ouvir (músicas engajadas, na sua maioria) era lançado às chamas do inferno dos alienados. Afinal, se em tempos de repressão a liberdade de expressão era proibida e combatida das mais diversas formas, as arquibancadas dos festivais eram terreno livre onde se podia discordar, xingar e vaiar, ainda que os alvos fossem clássicos da música brasileira, como “Sabiá”, de Chico Buarque e Tom Jobim e “Alegria, alegria”, de Caetano Veloso.
       Nesta “batida” são apresentados os anos 70, o desbunde e a perseguição aos artistas, sejam aqueles que desafiavam a ditadura, sejam aqueles que dela se aproveitavam ou procuravam manter-se alheios a ela; os anos 80 e seu rock BR debochado e alienado (afinal, somos a Geração Coca-Cola que o Legião Urbana cantou), surgindo na onda da redemocratização e, por fim, os famigerados anos 90 da era Collor, do impeachment e da invasão da música sertaneja, tomando espaço dos grandes nomes da MPB nas gravadoras e nas rádios.
       Além da dobradinha sensacional entre música e política, o humor permeia a maioria das histórias e é garantia de muitas risadas, como quando fala do Big Boy, o maior disc-jockey da história do rádio brasileiro, que por muito tempo foi a personalidade secreta do professor de Geografia do Colégio de Aplicação da Lagoa Newton Duarte: “Tímido e tenso, gorducho e sorridente, Newton Duarte se transformava diante do microfone. Sua voz metálica metralhava palavras em ritmo vertiginoso e espantosa precisão, criava gírias e novas expressões e apresentava aos jovens cariocas as últimas novidades do rock internacional”. Pela manhã, dava aulas. À tarde, transformava-se no Big Boy diante do microfone da Rádio Nacional. Por algum tempo seguiu em sua vida dupla até que um dia, no meio de uma tediosa aula, o professor Newton, sempre de paletó e gravata e carregando uma misteriosa e pesadíssima pasta que nunca abria, parou sua preleção e soltou seu grito de guerra como Big Boy__ “Hello, crazy people!”. Os alunos, muitos deles fãs do Big Boy, ficaram enlouquecidos, jogando cadernos e livros para o alto. “Arrancando a gravata e tirando o paletó, o professor Newton abriu sua famosa pasta e começou a jogar discos, discos e mais discos para os alunos, “Discos para todos!”, gritava e gargalhava histericamente, falando vertiginosamente uma torrente de loucuras e proclamando que sua verdadeira identidade era Big Boy e que o professor Newton estava morto. A porta se abriu e ele foi interrompido pelo diretor furioso, pediu demissão no ato e saiu ovacionado pelos alunos.” Se a moda pega...
       Porém, quando o autor fala da sua estadia na Itália em 1983, para expurgar-se da bebida, da cocaína e do fim abrupto de um amor, a narrativa fica meio morna. Apesar de fazer parte de suas memórias, ser uma fase da vida do autor, não me despertou muito interesse, pois o fascínio do livro é ser o retrato de um grande momento da música brasileira e de seus personagens. No entanto, faz parte do “pacote” e a vida é assim, cheia de altos e baixos...
       Bem, nem preciso dizer que recomendo a leitura deste livro. Mais ainda, quero compartilhar com vocês a minha história com “Noites Cariocas”, o quanto eu quis lê-lo. Ele não foi o livro que recebi na época da distribuição na minha escola. Quando eu fui à secretaria, já não tinha mais exemplares dele ... Quase dois anos depois, eu estava trabalhando na 5ª Coordenadoria de Educação e encontrei na biblioteca montada na GED dois exemplares de “Noites Tropicais”! Ofereci um outro livro da Biblioteca do Professor que eu tinha, o qual não constava do acervo da GED e, em troca, recebi um exemplar de “Noites Tropicais”!
       Levei para casa o livro apertado ao peito e na folha de rosto escrevi a dedicatória: Um livro conquistado! jan/2012      


quarta-feira, 10 de abril de 2013

       Queridos, quero divulgar minha oficina "ERA UMA VEZ... NA ERA DA INTERNET! __ a atualidade dos contos de fadas". Ele acontecerá nos sábados de maio (4, 11, 18 e 25), de 15:00 às 18:00, no Centro Cultural da Justiça Federal. Uma vitória e tanto! Como a propaganda é a alma do negócio, peço que divulguem, se puderem, para todos que possam ter interesse na oficina. Ai vão as informações:

* OBJETIVO: discutir a atualidade dos contos de fadas em tempos de priorização dos avanços tecnológicos, e instrumentalizar contadores de histórias e afins a contar histórias de forma criativa e envolvente. Contar contos de fadas é necessário, como também é necessário instrumentalizar artisticamente aqueles que desejam abraçar a tarefa de não deixar morrer as histórias que compõem uma boa parte do legado cultural da humanidade, para que o façam com prazer e excelência.
* PROGRAMA:- Os Contos de Fadas:
- Onde os contos de Fadas surgiram / Origens / Fontes
- Contadores de histórias célebres
- Contos de Fadas e mundo digital: há convivência possível?
- Características dos contos de fadas
- Aspectos psicológicos dos contos de fadas
- Atividades lúdicas / Dinâmicas de grupo
- Morfologia dos Contos
- Contação de histórias
- Estudo de contos e preparação para contação
- Apostila e bibliografia
- Entrega de certificados
*MINISTRANTE: Rosa Dias (professora de Sala de Leitura/SMERJ, formação em Psicologia, atriz e contadora de histórias)
* INVESTIMENTO: R$100,00
* INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: rosmnd@bol.com.br
http://www.ccjf.trf2.gov.br/projetosaprovados2013.html